Morte e Transfiguração apresenta duas oratórias contrastantes, uma sacra e uma profana, unidas pela mesma ideia central: a morte e a transformação que dela resulta.

A obra sacra, Le reniement de Saint Pierre, de Charpentier, retrata a negação de Pedro e a intensidade dramática desse momento da Paixão de Cristo, marcado pelo medo, pela falha e pelo arrependimento. Através do reconhecimento da sua falha como homem, Pedro inicia o caminho que o levará a tornar-se um dos maiores apóstolos de Jesus Cristo.

Já a obra profana, Biblis, de Massenet, centra-se nas emoções vividas pela protagonista após a recusa do amor feita pelo seu irmão gémeo, Cauno. A dor dessa rejeição conduz Biblis à morte e à sua transfiguração em fonte de água.

Duas narrativas, dois destinos diferentes, mas ambos revelam a mesma ideia: da morte, seja literal ou figurada, nasce sempre uma forma de transfiguração.