

CONCERTO DIÁSPORA
Sete Lágrimas
12 SET‘25 – 19h / Sep 12th’25 – 7pm
Igreja de São Pedro de Alcântara
São Pedro de Alcântara Church
iniciativa / initiative Égide.
Dedicado aos diálogos da Música Antiga com a contemporaneidade – bem como da música erudita com as tradições seculares – Sete Lágrimas junta músicos de diferentes horizontes musicais em torno de projectos conceptuais animados tanto por originais investigações musicológicas como por processos de inovação e criatividade em torno dos sons, instrumentário e memórias da Música Antiga. Nestes projectos são identificáveis os diálogos entre a música erudita e a popular, entre a Música Antiga e a Contemporânea e entre a secular diáspora portuguesa dos Descobrimentos e o eixo latino mediterrânico, convertidos em som através da fiel interpretação dos cânones performativos da Música Antiga como de uma aproximação a elementos definidores da world music.
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PROGRAMA
Diaspora
A Diáspora Portuguesa. Sons do Velho e do Novo Mundo.
Que’eu maneira de Proençal, texto de D. Dinis (1261-1325) sobre melodia original de Peire Vidal (s. XII) (adapt. Manuel Pedro Ferreira)
San Giuseppe e la Madonna, Tradicional (Itália/Lombardia) (arr. Filipe Faria (n.1976) e Sérgio Peixoto (n.1974))
Oiga el que ignora, Filipe da Madre de Deus (1626-?) (arr. Filipe Faria e Sérgio Peixoto)
Senhora del mundo, Vilancico anón. (s.XVI) (arr. Filipe Faria e Sérgio Peixoto)
É tarde, ela dorme, Anón. (Brasil) (arr. Filipe Faria e Sérgio Peixoto)
Variation on Seguiriya, Trad. Andaluzia/Juan de la Fuente
Menina você que tem, Lundun (s.XVIII/XIX) (arr. Filipe Faria e Sérgio Peixoto)
Pues que veros, Filipe Faria e Sérgio Peixoto sobre poema anónimo (s.XVI)
Hashivenu (liturgia tradicional judaica) (arr. Filipe Faria e Sérgio Peixoto)
Bastiana, Tradicional (Macau/China) (arr. Filipe Faria e Sérgio Peixoto)
Mai fali é, Tradicional (Timor) (arr. Filipe Faria e Sérgio Peixoto)
Lágrimas de saudade, Filipe Faria e Sérgio Peixoto sobre poema anónimo (s.XVI)
Sarambeque de Abreu (s. XVII) (arr. Tiago Matias)
A força de cretcheu, Eugénio Tavares (1867-1930) (arr. Filipe Faria e Sérgio Peixoto)
Takeda no komoriuta, Tradicional (Japão) (arr. Filipe Faria e Sérgio Peixoto)
Tarantela, Anón. (Codex Coimbra, MM97) (arr. Tiago Matias)
Meu bem bê à bá, Tradicional (Idanha-a-Nova) (arr. Filipe Faria e Sérgio Peixoto)
Fotografia © Rita Santos
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...though the title doth promise tears, unfit guests in these joyful times, yet no doubt pleasant are the teares which musick weeps, neither are tears shed always in sorrow, but sometimes in joy and gladness. Vouchsafe then your gracious protection to these showers of harmony (…) they be metamorphosed into true tears.
...embora o nome prometa lágrimas, convidadas pouco aprazíveis nestes tempos de alegria, são sem dúvida agradáveis as lágrimas que a música chora, nem sempre vertidas em tristeza mas também em alegria. Permita a vossa graciosa protecção a estes aguaceiros de harmonia (...) que sejam metamorfoseados em verdadeiras lágrimas.
— John Dowland (?1563-1626) in Lachrimæ or seaven teares..., London, 1604
Fundado em Lisboa, em 1999, por Filipe Faria e Sérgio Peixoto, Sete Lágrimas ECMC – Consort de Música Antiga e Contemporânea – assume o nome da inovadora colecção de danças do compositor renascentista John Dowland (1563-1626) publicadas por John Windet em 1604 quando o compositor era alaudista de Cristiano IV da Dinamarca (1577-1648).
Dedicado aos diálogos da Música Antiga com a contemporaneidade – bem como da música erudita com as tradições seculares –, Sete Lágrimas junta músicos de diferentes horizontes musicais em torno de projectos conceptuais animados tanto por originais investigações musicológicas como por processos de inovação e criatividade em torno dos sons, instrumentário e memórias da Música Antiga. Nestes projectos são identificáveis os diálogos entre a música erudita e a popular, entre a Música Antiga e a Contemporânea e entre a secular diáspora portuguesa dos Descobrimentos e o eixo latino mediterrânico, convertidos em som através da fiel interpretação dos cânones performativos da Música Antiga como de uma aproximação a elementos definidores da world music.
Desde a sua fundação, o grupo desenvolve uma intensa actividade concertística de centenas de concertos na Europa e Ásia, de onde se destacam: Portugal: Centro Cultural de Belém (Grande Auditório, Pequeno Auditório), Fundação Calouste Gulbenkian (Grande Auditório), Casa da Música (Grande Auditório, Sala Suggia), Festival Cistermúsica, Festival de São Roque, Festival das Artes de Coimbra, Festival dos Capuchos, Festival Internacional de Música da Madeira, Festival Internacional de Música dos Açores, Festival Fora do Lugar, Festival de Leiria, Festival de Almada, Festival Terras sem Sombra, Encontros de Música Antiga de Loulé, Memórias Musicais de um Palácio (Sintra), Festival Todos, Festival Internacional de Música de Espinho, Fundação Oriente, Festival Artes à Vila, Quartel das Artes, Festival de Música de Sintra, Teatro Viriato, Theatro Circo (Sala Principal) (...); Bulgária: Zora Dramatic Theatre (Sliven); Itália: Ravenna, Festival Internazionale W. A. Mozart a Rovereto); Malta: BirguFest; Espanha: Festival de Música Antigua de Gijón, Festival de Música Antigua de Úbeda y Baeza, Museo Nacional de Valladolid, Fundación Juan March (Madrid), Abvlensis Festival Internacional de Musica, Teatro Zorilla (Valladolid) (…); China: Macao Internacional Music Festival; Suécia: Stockholm Early Music Festival; França: Festival Baroque de Sablé, Opéra de Lille (...); Bélgica: Gent Festival van Vlaanderen, Flemish Opera (Gent), Bozar (Bruxelles), Music Center DeBijloke (Gent) (...); Noruega: Stavanger Konzerthus; República Checa: Letní slavnosti staré hudby (Summer Festivities of Early Music, Prague); Luxemburgo: Philharmonie Luxembourg (Salle de Musique de Chambre, Grand Auditorium), Festival Atlântico; Alemanha: Elbphilharmonie Laeiszhalle Hamburg (Grosse Saal); Croácia: Varaždinske Barokne Večeri/ Varaždin Baroque Evenings (Varaždin and Ludbreg)...
Sete Lágrimas chama frequentemente, aos seus projectos, músicos convidados das áreas da Música Antiga e da música tradicional, jazz e do mundo. Destes, destacam-se o Coro Gulbenkian (Portugal), María Cristina Kiehr (Argentina), Zsuzsi Tóth (Hungria), Ana Quintans (Portugal), Mayra Andrade (Cabo Verde), António Zambujo (Portugal), Carolina Deslandes (Portugal) ou Ana Moura (Portugal).
No contexto dos projectos de diálogo entre a Música Antiga e a Contemporânea – New Early Music Series –, Sete Lágrimas estreia obras, especialmente dedicadas ao consort, dos compositores Ivan Moody (Inglaterra), João Madureira (Portugal), Andrew Smith (Inglaterra), Christopher Bochmann (Inglaterra) e Filipe Faria e Sérgio Peixoto (Portugal). Em 2011 Sete Lágrimas apresentou, em estreia mundial, no Festival das Artes de Coimbra, a encomenda da obra Lamento ao escritor José Luís Peixoto, vencedor do Prémio Literário José Saramago, e ao compositor João Madureira.
Com uma discografia de 16 títulos – Lachrimæ #1 (2007), Kleine Musik (2008), Diaspora.pt: Diaspora, vol.1 (2008), Silêncio (2009), Pedra Irregular (2010), Vento (2010), Terra: Diaspora, vol.2 (2011), En tus brazos una noche (2012), Península: Diaspora. vol.3 (2013), Cantiga (2014), Missa Mínima (2016), Um dia normal - poema gráfico com texto e ilustrações de Filipe Faria e música de Sete Lágrimas - (2015), Twentie Yeares in Seaven Teares (2020), Loa (2023), Folia Nova (2023) e BACH (2024) – o consort é considerado pela crítica como um dos mais relevantes e inovadores projectos europeus na área da Música Antiga. Internacionalmente destacam-se as críticas discográficas e de concerto na International Record Review, Doce Notas, Aftonbladet, Novinky, Opera PLUS, Svenska Dagbladet, Lute News, Goldberg, etc. e a permanência regular nas playlists das rádios clássicas de vários países europeus.
Em 2008, 2011 e 2012 os três primeiros títulos do projecto Diáspora atingem o primeiro lugar do TOP de vendas das lojas FNAC. Em 2010, “Diaspora.pt” foi escolhido, no “Guia da Música Clássica” como “Discografia Essencial”, e a carreira do Sete Lágrimas destacada na publicação “Alma Lusitana” (FNAC).
Em 2011/2012 Sete Lágrimas é convidado para assumir o estatuto de Ensemble Associado da Temporada do Centro Cultural de Belém (CCB/Lisboa) tendo apresentado o “Tríptico da Terra” em três concertos esgotados.
A convite da rádio clássica RDP Antena 2, Sete Lágrimas foi, em 2014, o representante português no projecto europeu da UER/EBU Union Européenne de Radio-Télévision – EURORADIO – Christmas Folk Music Project – emitido em 30 rádios de 28 países como a BBC Radio 3 ou a France Musique.
Em 2018 a Philharmonie Luxembourg convida Sete Lágrimas a desenvolver – entre 2018 e 2022 – uma trilogia de projectos de criação original sob a designação “Les Explorateurs” – “Les Explorateurs” (2018), “La Princesse Mystérieuse” (2019/20) e “Le Vieux Roi et la Lune” (2020/22) –, inspirada no universo musical de Sete Lágrimas, com 54 récitas esgotadas em 4 anos. A equipa internacional e multidisciplinar dos três projectos, liderada pelo encenador e dramaturgo Benjamin Prins (França), contou com a assistente de direcção e dramaturga Pénélope Driant (França), a cenógrafa e figurinista Nina Ball (Áustria), a assistente de figurinos e cenografia Nathalie Villarmé (França), a coreógrafa Sabine Novel (França) e, em palco, com o consort Sete Lágrimas e os actores e bailarinos Jan Bastel (Alemanha), Nestor Kouame Dit Solvis (Costa do Marfim), Winnie Dias (Brasil), Alexandre Martin-Varoy (França), Fábio Krayze (Angola) e Alexander Fend (Alemanha). Em 2024, a Philharmonie Luxembourg repõe “La Princesse Mystérieuse” numa série de 13 performances esgotadas, trazendo o número total de performances para 67.
Em 2021 Sete Lágrimas junta-se ao projecto “Se chovesse um oceano” de Filipe Faria e Winnie Dias (Brasil), um projecto de video-dança, música, fotografia e performance filmado por estes realizadores em Berlim, Hamburgo, Düsseldorf, Wuppertal (Alemanha), Zürich (Suiça) e Idanha-a-Velha (Portugal), com os bailarinos Futaba Ishizaki (Japão), Naomi Brito (Brasil), Rafaela Bosi (Brasil), Rafaelle Queiroz (Brasil), Fuyumi Hamashima (Japão), Isabella Heylmann (Austrália), Hayley Page (Austrália) e Borja Bermudez (Espanha). Em 2022, o filme “Ego”, realizado por Winnie Dias sobre “Pues que veros” – um “novo vilancico” composto por Filipe Faria e Sérgio Peixoto sobre um poema do século XVI – foi vencedor do prémio “Best Music Video“ no 5th MiMo - Milano Mobile Film Festival (Itália). Em 2023, o mesmo filme foi quarter-finalist na International Short Film Competition! do Flatlands Dance Film Festival (Nevada, Estados Unidos da América). “Ego” e “Solitude” – realizado sobre “Cruel saudade” (anón., Brasil) –, fazem, ainda, parte da Selecção Oficial do Super 9 Mobile Film Fest.
A convite do Centro Cultural de Belém - Fábrica das Artes - Filipe Faria e Sérgio Peixoto desenvolvem, entre Setembro de 2021 e Maio de 2022, o projecto SETE – Novos Criadores das Infâncias – com um grupo de nove jovens músicos. Este projecto de tutoria desdobrou-se num conjunto de masterclasses, residências artísticas, talks, formações e novas criações em torno do universo criativo, conceptual e formal de Sete Lágrimas.
No contexto das comemorações dos 20 anos de carreira, a Arte das Musas edita o livro Twentie Yeares in Seaven Teares – Vinte Anos em Sete Lágrimas: Os primeiros vinte anos de Sete Lágrimas ECMC, que inclui um CD best-of da discografia completa do consort (à data) a par de dois “novos vilancicos” inéditos e um conjunto de 30 depoimentos de directores artísticos de salas e festivais europeus.
Em 2023 Sete Lágrimas edita o seu 14º título, intitulado Loa, uma proposta de contrafacta dedicada ao diálogo entre as melodias dos Laudários italianos de Cortona e Firenze e as traduções quatrocentistas do bispo português André Dias de Escobar (Lisboa, ?1348-1450/51).O projecto foi desenvolvido em parceria com os Professores Doutores Manuel Pedro Ferreira (CESEM/Faculdade de Ciências Sociais e Humanas/Universidade Nova de Lisboa, Portugal) e Blake Wilson (Professor Emeritus of Music, Department of Music/Dickinson College, EUA).
No mesmo ano, o consort lança o seu 15º título, intitulado Folia Nova, um projecto integrado na série New Early Music Series (Volume 5) – Nova Musica Antiga de Filipe Faria e Sérgio Peixoto –, sobre poesia portuguesa dos séculos XV e XVI. Folia Nova foi um dos quatro nomeados para “Melhor Álbum Música Clássica/Erudita” nos Vodafone PLAY - Prémios da Música Portuguesa em 2024.
Em 2024, sob encomenda da Arte das Musas, Filipe Faria e Sérgio Peixoto criaram o projeto L3 Leipzig Lisboa Luanda (a partir de Bach) para Sete Lágrimas, que estreou nos Festival GREC (Barcelona, Espanha) e no Festival Bachcelona (Barcelona, Espanha). O projecto desdobrou-se numa série de duas screendances, realizadas por Filipe Faria, com o bailarino angolano Fábio Krayze. Estas screendances foram Official Selection nos Festivais: Berlin Indie Film Festival (Alemanha), Athens International Art Film Festival (Grécia), Experimental Forum (Los Angeles, EUA), ScreenDance Festival (Stockholm, Suécia), International Dance Festival New Orleans (EUA), entre outros...
O projeto, intitulado BACH, é o 16º título na discografia do consort, um ensaio sonoro e visual, um diálogo entre a música de Bach e novas partículas criadas por Filipe Faria e Sérgio Peixoto para Sete Lágrimas, entrelaçado com fotografia e paisagens sonoras de Filipe Faria. O álbum foi um dos quatro nomeados para “Melhor Álbum Música Clássica/Erudita” nos Vodafone PLAY - Prémios da Música Portuguesa em 2025.
Entre 2025 e 2027, Sete Lágrimas lançará, numa trilogia, a integral do Cancioneiro de Elvas (Elvas, Biblioteca Municipal Públia Hortênsia, Ms 11793), um manuscrito português do século XVI e uma das fontes mais importantes de música profana na Península Ibérica.
Sete Lágrimas conta com o apoio do Ministério da Cultura (Governo de Portugal) e da Direcção-Geral das Artes, desde 2003, e do Município de Idanha-a-Nova - UNESCO Creative City of Music, desde 2012. É representado e editado pela Arte das Musas.

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