26 DE NOVEMBRO / 12h30
O programa compreende a apresentação de duas sonatas “da chiesa”, música instrumental composta para acompanhar a rito litúrgico. Publicada em 1689, a Trio Sonata Op. 3 n.º 5, pertence à coleção de sonatas “da chiesa” em que Corelli articula o rigor contrapontístico com uma simplicidade melódica de rara beleza. O diálogo dos violinos, apoiado pelo baixo contínuo, parece uma conversa clara e equilibrada, alternando momentos de contemplação e passagens mais animadas. Nesta música, o espírito litúrgico alia-se a uma elegância intemporal que tornou Corelli num modelo para toda a Europa barroca. Por sua vez, a Sonata a Tre em Mi bemol Maior, de Leopold Mozart, foi composta em 1740, quando tinha cerca de vinte anos. Esta obra revela uma linguagem ainda enraizada na herança barroca mas já atenta às tendências galantes do seu tempo. As vozes entrelaçam-se num discurso que oscila entre a solidez contrapontística e uma expressão mais leve e comunicativa. A obra respira a transição estética do início do século XVIII, anunciando o caminho que levaria ao classicismo pleno e que o seu filho, Wolfgang Amadeus, iria levar a uma realização brilhante.
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PROGRAMA
Os sons que o rito tece
Sound Woven by Ritual
Arcangelo Corelli (1653–1713)
Trio Sonata, Opus 3, n.º 5, em Ré menor
I – Grave – Andante
II – Allegro
III – Largo
IV – Allegro
Leopold Mozart (1719-1787)
Sonata a Tre, em Mi bemol Maior
I – Allegro
II – Andante
III – Presto
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João Vieira de Andrade / violino
Sandra Escovar / violino
Joana Correia / violoncelo
José Carlos Araújo / órgão
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João Vieira de Andrade, natural de Ponta Delgada, São Miguel (Açores), iniciou os estudos musicais com Shelley Ross, concluindo o 8.º grau no Conservatório Regional de Ponta Delgada. Prosseguiu a sua formação com Aníbal Lima, diplomando-se pela Academia Nacional Superior de Orquestra, em Lisboa, como bolseiro de mérito da Fundação Medeiros e Almeida. Beneficiou do contacto com prestigiados professores como Gerardo Ribeiro, Zakhar Bron, Serguei Kravchenko, Boris Garlitsky e Danusha Waskiewicz, frequentando ainda a Meadowmount School of Music (Nova Iorque). Apresentou-se em recitais e festivais em Portugal, Espanha, França, Itália, Bélgica, Estados Unidos e Brasil, e colaborou como solista com várias orquestras nacionais. Membro da Camerata Atlântica desde 2013, colabora regularmente com a Orquestra Gulbenkian e a Orquestra Sinfónica Portuguesa. É professor da classe de Violino da Escola Artística de Música do Conservatório Nacional e da Escola de Música do Colégio Moderno em Lisboa.
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Sandra Escovar é natural de Mirandela onde iniciou os seus estudos na Escola Profissional de Artes de Mirandela, sob a orientação do Prof. Roberto Valdés concluindo o 12.º ano. Em 2010 ingressou na Escola Superior de Música de Lisboa onde prosseguiu os seus estudos com o Prof. Kachatour Amirkhanian e Prof. Tiago Neto, concluindo a Licenciatura em Música e Mestrado em Ensino. Na sua experiência camerística já executou em diversas formações, onde trabalhou com diversos professores como o Prof. Roberto Valdés, Alexandra Mendes, Irene Lima, Gareguin Aroutiounian, Olga Prats, Hanns-Martin Scheiber, entre outros. Colabora com várias orquestras nomeadamente a Orquestra Gulbenkian, Orquestra d’Almada, Sinfonietta de Lisboa, Ensemble MPMP, Orquestra Municipal de Sintra. Atualmente é membro da Camerata Atlântica, sob a direção de Ana Beatriz Manzanilla e docente no Conservatório de Artes Performativas de Almada.
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É violoncelista freelancer e professora de violoncelo e orquestra. Em 2012 concluiu a licenciatura em música na Escola Superior de Música de Lisboa na classe da professora Clélia Vital. Durante o ano 2012/13, esteve a estudar no Lemmensinstituut, em Leuven (Bélgica), na classe do professor Geert de Bièvre. Nesse mesmo ano, pertenceu à Orquestra Musiek Frascati. Em 2018 concluiu o mestrado em ensino da música, na Escola Superior de Música de Lisboa na classe do professor Paulo Gaio Lima e sob a orientação da professora Irene Lima. Participou em várias masterclasses, nomeadamente com os professores Daniel Grosgurin, Márcio Carneiro, Marc Coppey, Maria de Macedo, Paulo Gaio Lima, Tsuyoshi Tsutsumi, entre outros. Colaborou com diversas orquestras e ensembles, nomeadamente com o Ensemble de São Tomás de Aquino (STA) e a companhia Inestética. Colaborou com diversos artistas como Júlio Pereira, Sam the Kid e Orelha Negra e Teresa Salgueiro. Atualmente leciona no Conservatório de Música D. Dinis, Projeto Sinfonia do Bairro e no St. Julian 's School.
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Apontado como “um dos mais importantes intérpretes portugueses da actualidade” (Jornal de Letras), tem desenvolvido o seu trabalho sobretudo em torno da música para tecla de autores ibéricos dos séculos XVI a XVIII e, muito particularmente, da obra de Carlos Seixas.
É membro da orquestra Divino Sospiro desde 2015. Apresentou-se com o Teatro da Cornucópia n’A Tempestade de Shakespeare (Luís Miguel Cintra/Cristina Reis) e participou em diversas produções do TNSC e CNB.
Inaugurou a colecção discográfica Melographia Portugueza em 2012, com a integral da obra para tecla de Carlos Seixas. Em colaboração com o Museu Nacional da Música, acompanhou o restauro do cravo Taskin de 1782 (Tesouro Nacional), distinguido com o Prémio de Conservação e Restauro da APOM (2018).
Colabora com os Encontros Internacionais de Música Antiga da Fundação da Casa de Mateus.
Licenciou-se em Filologia Clássica e em Direito pela Universidade de Lisboa. Dirigiu a revista Glosas.
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