

2 DE MAIO — 19:00
IGREJA DE SÃO ROQUE
CONCERTO — ENTRADA LIVRE
MISSA GRANDE
Marcos Portugal (1762-1830)
Celebrar os 500 anos da morte de alguém tão grande é celebrar, antes de mais, a sua vida e a obra que nos deixou. Por essa razão, a Égide, em parceria com a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, decidiu inaugurar simbolicamente a programação evocativa do 5º centenário da morte da Rainha D. Leonor de Portugal no dia do seu nascimento, 2 de Maio.
Numa clara evocação da grandeza do tempo em que D. Leonor viveu, o apogeu da era dos descobrimentos, escolheu-se um dos compositores da nossa galeria histórica que melhor preconiza a síntese perfeita da importância que o empreendimento ultramarino representou do ponto de vista da circulação, relembrando-nos o papel globalizante de Portugal, tantos séculos antes do milénio em que vivemos.
O compositor Marcos Portugal, embora nascido em Lisboa bem depois de D. Leonor, a 24 de Março de 1782 e falecido no Rio de Janeiro, a 17 de Fevereiro de 1830, foi, em termos absolutos, o mais famoso compositor luso brasileiro de sempre. Muito embora tenha sido conhecido na Europa essencialmente pela sua criação dramática, em Portugal e no Brasil a sua notoriedade assentou no repertório litúrgico.
A “Missa Grande”, na sua versão para solistas, coro misto e baixo contínuo, com a qual assinalamos a abertura oficial das comemorações dos 500 anos da Rainha D. Leonor de Portugal em Lisboa, terá sido escrita entre 1782 e 1790, em forma concertata, isto é, com alternância e diálogo entre o coro e os solistas, constituindo-se como paradigma da música religiosa portuguesa de finais do século XVIII e século XIX.
com a participação de
CARLA CARAMUJO soprano
SUSANA GASPAR soprano
ANA FERRO alto
JOÃO RODRIGUES tenor
JOSÉ BRUTO DA COSTA baixo
CARLOS PEDRO SANTOS baixo
IRENE LIMA violoncelo
ADRIANO AGUIAR contrabaixo
ANDRÉ FERREIRA órgão
CORO VOCES CAELESTES
SÉRGIO FONTÃO direção musical
imagem: MNAA - Retábulo de Santa Auta, autor desconhecido.
2 DE MAIO — 18:00
Lançamento das comemorações do 5º centenário da Rainha D. Leonor de Portugal.
“A História é vida, a vida antes de nós”
João Ameal
Celebrar os 500 anos da morte da Rainha D. Leonor de Portugal é celebrar a gesta de um Povo. O nosso. Leonor de Portugal atravessou quatro reinados e viveu no auge da epopeia dos descobrimentos. Nora de D. Afonso V (1432-1481), mulher de D. João II (1455-1495), irmã de D. Manuel I (1469-1521) e tia de D. João III (1502-1557), Leonor de Portugal representa o melhor que a dinastia de Avis teve para nos dar e para nos deixar. Mulher política, empreendedora de causas sociais, mecenas da cultura, sensível a todo o tipo de inovações tecnológicas e civilizacionais, Leonor foi, acima de tudo, mãe do Povo português.
Ainda hoje, 500 anos depois, beneficiamos da sua ação nos mais diferentes domínios da atividade humana.
Cumpre-nos render-lhe o devido tributo e dar a conhecer a mulher arrojada e convicta que elevou ao mais alto patamar a sua condição de Rainha consorte de D. João II.
Com o forte sentido de serviço público que a Égide assume desde a sua criação, propõe-se contribuir para que 2025 seja um farol de luz sobre a vida e obra de Leonor de Portugal, fazendo chegar a sua memória a todos, projetando-a para o futuro, um futuro que a todos pertence.
Jenny Silvestre
Curadoria

LEONOR DE PORTUGAL
500 ANOS
É com a maior alegria que a Égide – Associação Portuguesa das Artes, se junta à Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, para celebrar a vida da nossa Rainha D. Leonor de Portugal, a Princesa Perfeitíssima, nos 500 anos da sua morte.
Que oportunidade extraordinária poder retribuir um pouco do que nos deixou, prestando-lhe a nossa mais sincera e humilde homenagem.
Para este ano de 25, que chamámos “Ano Rainha D. Leonor”, desenhámos um ciclo de concertos e um conjunto de jornadas científicas, curados por Jenny Silvestre, que tocam aspetos artísticos, históricos e sociais da época em que viveu.
Iniciamos simbolicamente os nossos trabalhos no dia do seu nascimento, 2 de Maio, com a apresentação da “Missa Grande” de um dos mais representativos compositores portugueses da nossa História, Marcos Portugal (c.1782-90). Fazemo-lo na Igreja de São Roque e será também nesta emblemática igreja que concluiremos a nossa viagem, no dia 17 de Novembro, data da morte desta que foi a rainha consorte de D. João II, com a celebração de uma Missa em seu louvor, durante a qual será apresentado o “Requiem à Memória de Camões”, do incontornável compositor João Domingos Bomtempo (1775 -1842), marcando, simultaneamente os 250 anos do nascimento deste criador que soube tão bem render tributo ao poeta que, imortalizando a epopeia dos descobrimentos, contribuiu profundamente para a inscrição definitiva de personalidades tão marcantes como a Rainha D. Leonor de Portugal na galeria da História.
A Égide agradece à Santa Casa da Misericórdia de Lisboa a oportunidade de participar nestas celebrações, contribuindo com a arte que a todos nos une, a Música.
Estamos certos de que será um ano maravilhoso, repleto de memórias de uma Rainha que tanto nos deixou, cultural como socialmente.
Cumpre-nos render a D. Leonor de Portugal o devido tributo, para que jamais nos esqueçamos da mulher que foi.
Ana Proença
Presidente da Égide
Assinalam-se os 500 anos da morte de D. Leonor de Avis (1458–1525), rainha de Portugal, figura maior do Renascimento português e mulher cuja visão e coragem marcam a história social, cultural e espiritual do país.
Fundadora da Santa Casa da Misericórdia, cujo legado permanece, D. Leonor foi uma mulher à frente do seu tempo, em Portugal e no mundo.
Assumiu a causa dos mais necessitados como missão de vida. Criou instituições de apoio aos pobres, aos doentes, aos órfãos e aos peregrinos, num gesto de compaixão e justiça social.
A rainha visionária foi também mecenas das artes, protetora da cultura e promotora de uma estética que unia espiritualidade, beleza e assistência social.
D. Leonor ensinou-nos a compaixão, a fé com justiça e a arte com compromisso profundo de serviço à humanidade.
Ângela Guerra
Administradora SCML
em parceria